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lunes, 11 de octubre de 2010

Se viene. Tropa de Elite II

Tropa de Elite 2″ vira fenômeno de bilheteria

11/10/2010 13:20,  Redação, com Agência Rio de Notícias - do Rio de Janeiro

O filme Tropa de Elite 2, que estreou na última sexta-feira, é o filme de maior público em estréias da história do cinema nacional.
Segundo dados da Filme B e da Rentrak – empresas que contabilizam dados de bilheteria no Brasil – entre sexta-feira, no lançamento em 696 salas do país, e domingo, a produção dirigida por José Padilha foi assistida por 1,25 milhão de espectadores.
Já entre as produções nacionais e internacionais, Tropa 2 ficou em quinto lugar, mas ficou à frente de produções premiadas de Hollywood, como Era do Gelo, X-Men, Harry Potter, Shrek, Piratas do Caribe e Matrix.
Levando em conta somente os filmes deste ano, o longa supera filmes campeões de bilheteria como Eclipse, da saga crepúsculo.
Espetacular, politizado, agressivo, polêmico são muitos os adjetivos que podemos usar para o maior lançamento do cinema nacional, que chegou fazendo história. Mais de 50% das salas de cinema no Brasil estão ocupadas por filmes nacionais.
O filme é revelador e acima de tudo, político. A história do Coronel Nascimento (Wagner Moura) abre os olhos do espectador para uma realidade que já ouvimos falar, mas até então não tínhamos visto. Já no primeiro filme podemos constatar isso, quando vimos a guerra nas favelas, a atuação de policias corruptos e o trabalho do BOPE. Agora, o filme expõe a ligação entre governo e milícia durante o ano eleitoral, mostrando como a corrupção evoluiu.
O segundo filme também utiliza narração em off e tem muitas cenas sangrentas de confronto entre o BOPE e os traficantes nas favelas. O uso de cortes bruscos, som de batidas de coração, câmera na mão e o descontrole dela nas cenas fazem com que o filme fique mais intenso. A sensação é a mesma do coronel Nascimento quando descobre que o sistema para o qual trabalha não funciona, parece que levamos um soco.
O coronel Nascimento virou herói nacional. Só de pensar na possibilidade da morte dele, o espectador já fica apreensivo. Nascimento é um herói cheio de defeitos o que aproxima mais ainda a relação com o público. Com uma memorável atuação de Wagner Moura, neste segundo filme, podemos ver o coronel muito mais contido e maduro e sem a farda do BOPE. Nascimento agora tem 40 anos, veste terno e gravata, e tem problemas pessoais muito bem expostos no filme. Ele mal consegue se relacionar com o filho. Em uma das cenas, os dois aparecem no tatame, onde pai e filho lutam literalmente para se entender.
Outra realidade interessante apresentada é a função fiscalizadora da mídia na sociedade. O filme retrata o jornalista investigativo que apura até o último instante o tudo sobre a milícia, e que tem como consequência a morte. Já o uso da mídia como degrau para a política é mostrado pelo personagem Fortunato (André Mattos), que chega a nos fazer rir como apresentador de programa popular que vira político.
Tropa de Elite 2 mostra a relação de Nascimento com a política pública de segurança, a realidade da milícia no Rio de Janeiro e todas as suas vertentes em um encadeamento de cenas muito bem filmadas e dirigidas. . E tudo bem explicado e esmiuçado do jeito que José Padilha gosta.  É um banho de consciência crítica, que transforma o filme num clássico Brasileiro.

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